Ativistas ambientais tentam ocupar minas de carvão na Alemanha

Mais de mil ativistas ambientais tentavam ocupar, neste sábado (30), minas de carvão na região da Lusatia, no leste da Alemanha, num novo movimento de desobediência civil.

O movimento anti-carvão “Ende Gelände” (literalmente “término” ou “fim da história”), que organiza esses bloqueios, reivindicou a presença de cerca de 3.000 pessoas, “um verdadeiro sucesso”, segundo uma porta-voz.

Os manifestantes, maquiados e vestidos de branco, tentavam penetrar na mina Welzow Süd, protegida por um forte dispositivo policial. Várias centenas também bloqueavam os trilhos de outra mina próxima, em Jänschwalde.

A operação é apoiada por outros movimentos ambientais, começando com “Fridays for future”, que organiza sua própria manifestação em frente a uma central elétrica da região, um dia após vários protestos em toda a Alemanha.

É a segunda vez este ano que “Ende Gelände” tenta ocupar minas de carvão. Em junho, o movimento paralisou por vários dias uma mina de Garzweiler, perto de Colônia, na região industrial do oeste do país.

Os militantes denunciam o conteúdo do plano climático apresentado por Berlim em setembro e sob escrutínio parlamentar. Este programa, resultado de um difícil compromisso entre conservadores e social-democratas, prevê o fim do carvão até 2038.

“Eu me comprometi com o clima na minha escola, mas eram apenas discussões. Aqui posso parar completamente o carvão”, disse à AFP “Lumml”, um jovem de 24 anos que se recusa, como todos os outros, a dar seu nome verdadeiro.

Os ativistas ambientais consideram 2038 muito distante, e que não permitirá a Alemanha de cumprir suas metas climáticas.

“Esse plano é completamente vazio, é um escândalo e um crime contra as gerações futuras”, disse Nike Malhaus, porta-voz do movimento.

As minas que “Ende Gelände” pretende ocupar estão localizadas na região mineradora da Lusatia, no estado de Brandemburgo, que se estende por mais de mil km2 entre a Polônia e a Alemanha.

Essas minas a céu aberto, de propriedade da LEAG, extraem mais de 20 milhões de toneladas de linhita por ano, um carvão marrom que emite importantes quantidades de gases de efeito estufa.

O movimento anti-carvão ganhou destaque na Alemanha desde que a decisão de abandonar a energia nuclear em 2011 após o desastre de Fukushima, prolongou a dependência do país desse mineral.

Mas o setor de mineração, que emprega milhares de pessoas nas cidades e vilarejos vizinhos, é crucial para a economia dessa região da antiga RDA.

O conselho municipal de Cottbus, cidade localizada a poucos quilômetros da Lusatia, condenou o bloqueio por uma resolução adotada por uma maioria.

A forte presença da extrema-direita na região também faz temer confrontos, enquanto uma manifestação apoiada pelo AfD foi organizada na sexta-feira para denunciar o bloqueio.

Dezenas de militantes pró-carvão também se reuniram neste sábado perto da mina de Welzow Süd.

Fonte: SWI

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